Autora: Veronica Roth
Páginas: 500
Editora: Rocco
Série: Divergente
Próximo: Insurgente
Comprei esse livro ano passado com um garoto que estava vendendo baratinho na minha faculdade. Estava curiosa para ler, já que só escuto falarem bem da série, mas fiquei enrolando porque não queria começar uma nova série, ainda mais sem ter previsão de adquirir as sequências. Até que comprei Insurgente (por impulso, também na faculdade) e com o filme nos cinemas não resisti e peguei logo esse para ler. E gente, me arrependo totalmente de não ter lido antes! Como eu consegui esperar tanto tempo? Como ninguém nunca me obrigou a ler logo?
A história se passa na cidade de Chicago, mas muito além de nossa época. Agora, após os seres humanos perceberem que precisavam fazer algo para evitarem as guerras, a sociedade é dividida em cinco facções. Cada facção valoriza uma qualidade específica, que todos os seus membros devem seguir, e cada uma possui um papel importante a cumprir para manter a cidade sempre funcionando corretamente. A Abnegação prega o altruísmo; a Audácia, a coragem; a Erudição, a inteligência; a Amizade, a bondade; e a Franqueza, a honestidade.
"— Há décadas, nossos antepassados perceberam que a culpa por um mundo em guerra não poderia ser atribuída à ideologia política, à crença religiosa, à raça ou ao nacionalismo. Eles concluíram, no entanto, que a culpa estava na personalidade humana, na inclinação humana para o mal, seja qual for a sua forma. Dividiram-se em facções que procuravam erradicar essas qualidades que acreditavam ser responsáveis pela desordem no mundo."
Ao completarem 16 anos, os jovens realizam um teste de aptidão para descobrirem qual é a sua verdadeira vocação, e logo depois devem passar por uma cerimônia de escolha, quando decidirão para qual facção desejam ir, definindo assim sua lealdade pelo resto da vida.
"— Eu acho que nós cometemos um erro — diz suavemente. — Nós todos passamos a rebaixar as virtudes das outras facções no processo de reforçar a nossa. Não quero fazer isso. Quero ser corajoso e altruísta e esperto e bondoso e honesto."
"— Todas as facções condicionam seus membros a pensar e agir de determinada maneira. E a maioria das pessoas fazem exatamente isso. Para a maior parte das pessoas, não é difícil aprender, encontrar uma linha de pensamento que funcione e seguir por ela. (...) Mas nossas mentes movem-se em dezenas de direções diferentes. Não podemos ficar confinados a uma única maneira de pensar (...) Isso significa que não podemos ser controlados."
Ao fazer sua escolha, Tris precisa enfrentar um período de iniciação cheio de desafios, correndo a todo o tempo o risco de tornar-se uma sem-facção, o pior tipo de vida que alguém poderia levar. Lá ela encontra amigos, inimigos e começa a descobrir o amor.
"Talvez a Audácia tenha sido criada com boas intenções, com os ideais e os objetivos certos. Mas ela já se afastou muito deles. Dou-me conta de que o mesmo pode ser dito da Erudição. (...) Será que as outras facções sofrem do mesmo mal? Nunca havia pensado nisso antes."
"Não me importo com as facções. — Ela balança a cabeça. — Veja só para onde elas nos levaram. Os seres humanos, de uma maneira geral, não conseguem ser bons por muito tempo antes que o mal penetre novamente entre nós e nos envenene."
O início do livro é um pouco lento, enquanto vamos sendo inseridos no mundo de Beatrice. Depois, o livro torna-se completamente envolvente e viciante. Chegou a um ponto em que eu só conseguia pensar nele, desejando o tempo todo poder lê-lo e me perdendo nas minhas especulações sobre a história. haha
Em alguns momentos eu fiquei um pouco chocada ou abalada, porque o livro é bastante intenso. Não estou acostumada a ler histórias com muita violência. Pode ser que ele nem seja assim tão violento, mas para mim foi agressivo o suficiente. A autora não tem pena nenhuma dos seus personagens, principais ou secundários, e se eles tiverem que se machucar, sofrer, sentir dor e seja lá o que mais for, eles vão (nem adianta ser otimista). E a narração consegue transmitir muito bem os sentimentos da personagem, apesar de não dar muito tempo para assimilarmos as emoções. Tudo vai acontecendo muito rápido. Essa mistura de fatores só torna a história totalmente perfeita, um dos melhores livros que já li e super recomendo.
Para quem já leu, quero expor uma teoria: eu acho que o fato de estarem surgindo tantos Divergentes ocorre pela necessidade de mudanças na sociedade. Os ideias das facções precisam se unir, as qualidades não podem ser cultivadas sozinhas, então estão surgindo pessoas que conseguem juntar mais de uma, diminuindo assim as falhas que foram se formando ao longo de tantos anos separando as pessoas. A explicação do livro é genética, mas eu acho que não é só isso. Acho até que essa nem é a melhor explicação que poderia ser dada. Eu só acho que as facções já se mesclaram demais para as pessoas continuarem pensando de uma única forma. Enfim, já estou eu aqui especulando novamente sobre o livro, vou parar com isso. rsrs Ainda preciso ler os próximos para descobrir mais sobre tudo. *-*
Também estou muito curiosa para saber o que tem fora da cerca... O que aconteceu com o resto do mundo? :O
Só mais uma coisa: se eu tivesse que escolher uma facção para pertencer, eu escolheria a Amizade. Gente, a Amizade é perfeita, é a facção mais legal de todas, por que ninguém dá bola para ela? u.u E vocês, a qual facção pertenceriam? xD
Resenha da Isabela aqui.
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