Páginas: 176
Editora: Astral Cultural
Avaliação: 5/5
O Príncipe Congelado é um livro que já estava na minha estante há algum tempo, mas como a Pri já havia trago a resenha dele para vocês, eu acabei priorizando outras leituras. Porém, nesses últimos meses eu tenho estado muito estressada com meu trabalho e lendo bem menos do que gostaria. Então, decidi que precisava de uma leitura para me distrair um pouco e, foi assim, que comecei a ler O Príncipe Congelado.
O livro é voltada para o público infanto-juvenil, porém ele pode ser lido por pessoas de todas as idades. A idade indicativa diz mais sobre o que encontraremos na leitura do que sobre o tipo de leitor que está apto para ler o livro propriamente dito. Se trata de uma leitura leve, que nos traz diversas reflexões e se propõe a trazer um pouco de alento e calor ao coração do leitor. Um ótimo remédio para estes dias frios de quarentena, eu devo dizer.
"— A magia não é, necessariamente, algo que precisa estar distante de nós. Para ser mágico, basta acreditarmos que é."
Phelipe é um jovem príncipe muito solitário. Após perder seu avó e seus pais, ele vive trancafiado dentro do seu castelo sem coragem para assumir o trono que é seu por direito. Porém, além disso, ele ainda sofre de uma condição singular, que começou com a ocorrência de tremores e se espalhou a tal ponto que seus pés congelaram e um inverno sem fim cobrisse todo o reino de Arvoredo. Porém, foi por causa de todos estes males que a princesa Lavinah ouviu falar do príncipe congelado que vivia em um reino distante e poderia ajudá-la a compreender um pouco melhor a sua própria condição.
Enquanto Phelipe convive com o frio, Lavinah tem seu corpo coberto de chamas. Porém, não é apenas este detalhe que a diferencia do nosso protagonista congelado. Pois, enquanto Phelipe é tímido e taciturno, Lavinah é curiosa e extrovertida. Ela é alegre, decidida e está disposta a provar a todos que pode reinar apesar de sua condição, enquanto Phelipe utiliza de seu male para justificar sua reclusão e não assumir o seu reinado. Logo, qualquer pessoa poderá prever algumas faíscas no encontro desses dois, certo?! Lavinah consegue nos cativar rapidamente com sua personalidade vibrante enquanto precisamos respirar fundo para tolerarmos algumas atitudes do príncipe congelado.
"Suas escolhas são as suas armas. As suas melhores armas, E é muito importante que você saiba usá-las."
Mas, além de falar sobre diferenças e aceitar a si mesmo, o livro ainda aborda outros temas, como depressão e pressão familiar. Por serem príncipes nossos protagonistas naturalmente tinham muitas expectativas sobre suas cabeças, mas a pressão eles sentiam por parte de seus pais ia além disso. Phelipe viva dividido entre as expectativas de seu pai, que esperava que ele se tornasse um rei guerreiro e de sua mãe que esperava que ele se tornasse um diplomata pacificador. Já os pais de Lavinah estavam sempre tentando controla-la e super protegê-la, apesar de seus constantes protestos. E, quantos de nós já não nos vimos em uma dessas situações?
"Ora criança... - Helga puxou Phelipe para o seu colo. - você não vai conseguir entender nada disso agora, mas vai crescer um dia e vai perceber que a paz é almejada. Sim, muitos querem a paz, mas não é preciso muito mais do que uma faísca para começar uma guerra que, no fundo, pode ser tão atrativa quanto a harmonia."
Essa história foi desenvolvida a partir de um conto de 8 páginas, vocês conseguem acreditar? Eu tive a oportunidade de ler este conto em 2015 e hoje, 5 anos depois, não consigo evitar de me sentir muito orgulhosa do Raigor com o que ele construiu e desenvolveu. O Príncipe Congelado aqueceu meu coração e eu tenho certeza de que aquecerá o seu também! 💙
"-[...]Eu ficava tentando entender como o gelo e o fogo poderiam ser atrair e não encontrei resposta alguma. [...] O meu mundo era quente e o seu era frio. O destino nos chamou de opostos, e nós provamos o contrário."
Nenhum comentário:
Postar um comentário