No dia a dia, na vida real, mulheres realizam feitos extraordinários o tempo todo, superam limites que antes pareciam intransponíveis, revelam-se poderosas em aspectos que nem mesmo a ficção parece capaz de conceber.
De qual universo é essa academia de heroínas? O quê? É desse mesmo?
Consumimos histórias fantásticas o tempo todo. Adoramos vislumbrar todas as possibilidades que poderes garantem aos nossos personagens favoritos. Controlar o tempo, voar, ficar invisível, ter força sobre-humana… É altamente improvável que você não tenha imaginado ao menos uma vez quais desafios enfrentaria se estivesse em tais posições. Mas o fato é que no dia a dia, na vida real, mulheres realizam feitos extraordinários o tempo todo, superando limites que parecem intransponíveis, revelando-se poderosas em aspectos que nem mesmo a ficção parece capaz de conceber.
Os vilões das histórias são diversos: o machismo, a violência, a pobreza, a desigualdade, os preconceitos, as pressões, as imposições, as depreciações. As lutas são diárias, os resultados vêm de cada uma das batalhas que, tão comumente, se encontram nos detalhes. A guerra da vida real está nas entrelinhas, afinal. Nas histórias não contadas e nos inimigos não declarados, disfarçados de cotidiano, tradição e banalidades.
Porém, não nessa antologia.
Neste livro, temos manifestações de arte que são retratos de heroínas da vida real, cujos super poderes são tão extraordinários quanto a fibra e a resiliência que residem em estar vivo.
Habilidades que qualquer uma de nós poderia carregar; desafios que todas nós poderíamos enfrentar.
A vida é academia nesses enredos. E as super-heroínas são elas. São vocês. Inspiradas e inspiradoras. Tal qual cada uma de nós.
Nossa parceira Bianca Sousa inclusive nos deu uma boa ideia do que esperar da sua história. Ela escolheu homenagear a pintora barroca Artemisia Gentileschi. Vejam o que ela nos contou:
Artemísia era uma mulher à frente de seu tempo. Foi "a primeira" em muitos aspectos na época em que viveu. A começar por ser a primogênita do pintor Orazio Gentileschi, a única filha de quatro filhos homens (a mais talentosa entre eles, vale dizer!), primeira pintora mulher a ser reconhecida e paga pelo seu trabalho, a primeira a ingressar em uma academia de artes, o primeiro - infelizmente, - caso de estupro que se tem registro. Artemisia foi abusada sexualmente por um professor, ela levou o caso à corte que teve repercussões negativas mais para ela do que para seu algoz. Muita coisa aconteceu depois disso, mas o principal (e que eu abordo no conto que fiz em homenagem a ela) é o quadro que ela pintou “Judite Decapitando Holofernes”, dando a Judite o próprio rosto para expressar todo o ódio que sentia do seu agressor. Ela escandalizou na época com o quadro, mas também fez seu nome. Nos dias de hoje, ela é conhecida como pintora, já o agressor como o que de fato foi. Aqui vai um trecho do meu conto:
“Inflamada, fui até a escrivaninha pegar um bloco de papel para rascunho e carvão para começar o esboço de um quadro. O sentimento que me transbordava agora escorria pelos meus dedos, eu podia sentir. Comecei a traçar linhas, formas, figuras, cenário. A obra ganhando vida com o meu toque. Fazia tanto tempo desde a última vez que criei algo. Estive ocupada demais fugindo de mim mesma, do que eu sentia. Mas a arte para ser boa precisa ser sentida. Eu desenharia a verdade que precisava ser dita.”
Ficou tão curioso quanto a gente para conferir essa história??
Aproveitando a divulgação, semana passada a Bianca Sousa compartilhou no seu Instagram outra novidade: ela, juntamente com as autoras Martha Ricas e Camila Peregrini (sim, as três estão na antologia também! 😄), escreveram um livro e assinaram contrato com a Editora PenDragon! O título é Chão de Estrelas e é uma história sobre conexão, liberdade e autoconhecimento. Três mulheres em diferentes períodos da História buscam com a passagem de um cometa respostas para as grandes perguntas que afligem a humanidade, não importando sua origem ou as barreiras do espaço tempo. Em breve teremos mais notícias! 😍
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