Livros *----* Quem era ela

Título: Quem era ela
Autor: JP Delaney
Páginas: 336
Editora: Intrínseca
Avaliação: 5/5 


Quem Era Ela foi um livro que eu comecei a ler sem muitos parâmetros, queria ler um suspense, então abri o App da Amazon e procurei um e-book que não estivesse caro. Simples assim. Eu sequer conhecia o autor. Felizmente, foi uma boa escolha e o final ainda conseguiu me surpreender.

Tudo começa com Emma e Simon, eles estão juntos há quatorze meses, mas desde que o apartamento deles foi assaltado as coisas não andam muito bem, na verdade, Emma não anda muito bem. Mas encontrar um local que agrade aos dois é um verdadeiro suplício, cada apartamento tem um defeito: ou é caro demais, ou tem uma vizinhança perigosa demais, ou é quente demais, ou pequeno demais...

"Você pode tornar o ambiente em que vive tão refinado e vazio quanto quiser. Mas isso não importa se você ainda estiver bagunçado por dentro. E na verdade, todos nós estamos buscando isso, não é mesmo? Alguém que cuide da bagunça qua há dentro da nossa cabeça."

Até que o corretor lhes apresenta a casa do arquiteto Edward Monkford, um imóvel autossuficiente, diferente de tudo o que eles já haviam visto, com um complexo sistema de segurança, pouquíssimos móveis, o preço ideal, em um bairro legal e uma extensa lista de exigências que regraria a vida dos seus moradores. Porém, não basta desejar ou se predispor a seguir a lista de requisitos para  morar lá, é necessário ainda se submeter a um processo seletivo guiado pelo arquiteto com direito a uma entrevista presencial na fase final. Emma e Simon são aprovados por Edward para morar no imóvel, porém percebemos de imediato que há um interesse de Edward em Emma. Simon e Emma percebem também e isso se torna mais um empecilho ao seu relacionamento já desgastado. 

"A vida é curta demais para ser desperdiçada no relacionamento errado."

Paralelamente à história de Emma, conhecemos Jane, ela também passou por uma situação difícil antes de decidir se mudar, Jane deu a luz à um bebê natimorto. A sua procura à um novo lar é bem parecida com a de Emma, apesar de se passar tempos depois. Jane também encontra na casa um lugar de aconchego e em Edward um lugar de prazer. Ambas acabam por descobrir que Edward é um homem tremendamente controlador e metódico. Conforme lemos a historia de Jane, tudo parece estar se repetindo. Mas não demora muito para que Jane descubra que a antiga moradora da casa, um mulher chamada Emma, morreu em um acidente enquanto vivia lá e ela decide que fará de tudo para descobrir como foi exatamente que tudo aconteceu e se Edward estaria ou não envolvido em sua morte. Teria ela ido longe demais com ele? Estaria ela condenada também?

"-As pessoas não podem mudar? 
- Curiosamente, Emma me fez a mesma pergunta. - Ela reflete por um instante. - Às vezes sim. Mas é um processo doloroso, difícil, mesmo com ajuda de um bom terapeuta. E é narcisista acreditar que nós vamos mudar a natureza fundamental do outro. Só podemos mudar nós mesmos."

 
"Carol, a terapeuta com quem tenho me consultado desde o assalto, diz que sentir raiva é um bom sinal. Significa que não estou apática ou algo assim. Infelizmente, minha raiva sempre se dirige a Simon. Ao que parece, isso também é normal. Quem está mais próximo carrega o maior fardo."

A figura de Edward nos remete ao Christian Grey de 50 Tons de Cinza: rico, excêntrico e misterioso. Quem Era Ela é um livro que nos prende desde o início, pois não são necessárias muitas páginas para percebemos como Edward é esquisito e controlador, a casa é uma prova real disso. O imóvel da Folgate Street nº1 acaba por se tornar um personagem da trama. E, cada etapa do processo seletivo para se tornar um inquilino é como uma daquelas cenas de filmes de terror em que o personagem se submete livremente ao perigo. Tudo indica que há algo errado, que todo aquele controle não é normal, mas mesmo assim, as protagonistas se predispõem a morar na casa e ainda se envolvem com o seu senhorio. Porém, nem tudo é o que parece, há  muitos segredos escondidos, a história é mais do que o óbvio e essa é a cereja do bolo. Adorei como JP Delaney conclui a obra e nos surpreende no fim.

"Nunca se desculpe por alguém que você ama, diz baixinho. Isso faz você parecer um idiota."

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